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segunda-feira, 22 de maio de 2023

Tim Keller - 72 anos - 72 frases marcantes

O pastor Tim Keller foi um dos pregadores que Deus usou para transformar a minha vida e o meu ministério. Ele faleceu no dia 19 de Maio de 2023 com 72 anos.
Como homenagem, deixo registadas 72 frases dos vários livros que me marcaram. 







1
  • “Só porque algo faz uma pessoa feliz, isso não significa que é certo fazê-lo.”
Timothy Keller. “Racismo e justiça à luz da Bíblia”, p. 10

2
  • “As pessoas mais abençoadas por Deus coxeiam sempre que dançam de alegria”.
Tim Keller, "Falsos deuses", p. 198

3
  • "No falso amor, o objectivo é usar a outra pessoa para alcançar a sua felicidade. Esse tipo de amor é condicional: só dá amor enquanto a outra pessoa estiver a afirmar a si (como pessoa) e a satisfazer as suas necessidades. (...) No amor verdadeiro, o seu objectivo é doar-se e entregar-se pela felicidade do outro pois a sua maior alegria é a do outro. Portanto, a sua afeição incondicional: dá amor independentemente de a pessoa amada estiver a satisfazer as suas necessidades".
Tim Keller, "A cruz do Rei", p. 122

4
  • "Quando surgir a vontade de desistir de um cônjuge difícil, lembre-se da paciência de Jesus consigo. A fim de perseverar no casamento, precisamos olhar repetidamente para o nosso cônjuge e dizer: “Ofendeste-me, mas eu ofendi o meu cônjuge supremo, Jesus Cristo, e ele pagou o preço e perdoou-me. Portanto, sou amado por ele o suficiente para oferecer-te o mesmo”."
Tim Keller, "Nascimento, casamento e morte"

5
  • "Se é crente, procure alguém que também seja. À primeira vista pode parecer preconceito, mas se alguém não compartilha de sua fé cristã, significa que não entende a sua fé. E, se a sua fé é supremamente importante para sua forma de pensar e viver, significa que essa pessoa também não o entende. Sem dúvida, a essência de um bom casamento é ter alguém que o compreenda, mas, se a pessoa não compartilha da sua fé, essa compreensão é impossível. A única maneira de desenvolver intimidade num relacionamento como esse é relegar Jesus a uma posição mais periférica no que se refere aos seus pensamentos e percepções diários. Em 2 Coríntios 6.14, nós, cristãos, somos exortados a não nos colocar num “jugo desigual” nos nossos relacionamentos próximos com pessoas que não compartilham de nossas crenças mais profundas. A imagem é de um agricultor que procura colocar debaixo do mesmo jugo dois animais diferentes, por exemplo, um boi e um jumento, com altura, peso e ritmo diferentes. Em vez de o jugo pesado de madeira usar a força dos animais para realizar a tarefa, ele causaria desconforto e aleijaria a ambos. O casamento entre um cristão convicto e praticante e uma pessoa que não segue esse caminho pode, portanto, ser injusto e doloroso para os dois cônjuges."
Tim Keller, "Nascimento, casamento e morte"

6
  • "A pessoa que se esquece de si mesma não se sente ferida, não fica mal quando criticada. A crítica não acaba com ela, não lhe tira o sono e não a incomoda. Por quê? Porque a pessoa que se sente arrasada com as críticas valoriza demais o que os outros pensam, valoriza demais a opinião alheia."
Tim Keller, "Ego transformado", p. 38 (Pilgrim)

7
  • “Aqueles que se achegam a Deus por livre vontade, são aqueles a quem Deus escolheu por livre vontade”. 
Tim Keller, "Romanos para você", p. 70

8
  • "Se a diferença entre o ímpio e quem crê está em nós (uma humildade maior, uma receptividade maior, etc.), então somos os verdadeiros autores da salvação"
Tim Keller, "Romanos para você", p. 69

9
  • "Quando Deus endurece o coração de alguém, não cria dureza; apenas permite à pessoa seguir o próprio caminho. Ele endurece aqueles a quem quer endurecer. E aqueles a quem Ele endurece querem ser endurecidos."
Tim Keller, "Romanos para vocês", p. 74

10
  • "Jesus não teve que morrer apesar do amor de Deus; ele teve que morrer por causa do amor de Deus. E teve que ser assim porque todo o amor que transforma vidas é sacrifício substitutivo."
Tim Keller, "A cruz do Rei", p. 168

11
  • "Na cruz Jesus recebeu aquilo que nós merecíamos: o pecado, a culpa e a condição decaída do mundo recaíram sobre ele. Ele amou-nos tanto que tomou sobre si a justiça divina para que pudéssemos ter livre passagem para sempre."
Tim Keller, "A cruz do Rei", p. 198

12
  • "Somos demasiadamente caídos para salvar-nos a nós mesmos, falhos demais para manter a nossa aliança com Deus."
Tim Keller, "Pregação", p. 63

13
  • "Os indivíduos israelitas tinham diferentes qualidades de fé, mas todos foram igualmente salvos, foram igualmente libertos. Por quê? Porque não é salvo pela qualidade da sua fé. É salvo em razão do objecto da sua fé: o Redentor, o Deus que luta por si. Tudo nesse texto declara: 'graça, graça, graça, graça. A travessia faz-se pela graça."
Tim Keller, "As escrituras dão testemunho de mim", p. 54

14
  • "A maioria das pessoas na nossa cultura acredita que, se existe um Deus, podemos nos relacionar com ele e ir para o céu desde que levemos uma vida correcta. Chamemos a isso de visão do 'aperfeiçoamento moral'. O cristianismo ensina exactamente o contrário. No entendimento cristão, Jesus não nos diz como viver de  modo que mereçamos a salvação. Em vez disso, a sua vinda teve como propósito perdoar-nos e salvar-nos por meio da sua vida e morte no nosso lugar. A graça de Deus não é dada aos que superam moralmente os seus semelhantes, mas aos que admitem o seu próprio fracasso e reconhecem a necessidade que têm de um salvador."
Tim Keller, "A fé na era do ceticismo", p. 46

15
  • "Todas as religiões e filosofias afirmam: 'Tem de fazer alguma coisa para conectar-se com Deus', enquanto o cristianismo diz: 'Não, Jesus veio fazer no seu lugar o que não podia fazer por si próprio'. Todas as outras religiões dizem: 'Eis as respostas para os grandes questionamentos, ao passo que cristianismo afirma: 'Jesus é a resposta para todos eles'."
Tim Keller, "Encontros com Jesus", p. 30

16
  • "Qual deve ter sido a sensação da ira justa (de Jesus na Cruz)? A tortura da ausência divina."
Tim Keller, "Encontros com Jesus", p. 184

17
  • “O testemunho implica ouvir a outra pessoa em humildade. Ninguém respeitará os cristãos se eles arrogantemente denunciarem aqueles que discordam deles. Se formos corrigir, devemos fazê-lo de maneira amorosa (2Tm 2.24-25). Se não fizermos nada além de discutir e desprezar os oponentes, perderemos uma enorme oportunidade evangelística.”
Timothy Keller. “Racismo e justiça à luz da Bíblia”, p. 198

18
  • "Há muitas coisas que podemos fazer que podem parecer sinais de fé verdadeira, mas que crescem sem uma verdadeira mudança no coração".
Tim Keller, "A cruz do Rei", p. 189

19
  • "(...) A fé não é a ausência de ponderação, mas é ponderar e agir com base nas promessas e na Palavra de Deus."
Tim Keller, "Juízes para você", p. 138

20
  • "Depois que encontramos uma pessoa verdadeiramente humilde, Lewis afirma, não saímos da presença dela afirmando que se trata de alguém humilde. Pessoas assim nunca afirmam que são insignificantes (quem vive dizendo isso é, na verdade, obcecado por si próprio). Depois de conversarmos com alguém que tem a humildade do evangelho, o que impressiona é quanto essa pessoa se interessou por nós."
Tim Keller, "Ego transformado", p. 38 (Pilgrim)

21
  • "A essência da humildade resultante do evangelho não é pensar em mim mesmo como se eu fosse mais, nem pensar em mim mesmo como se eu fosse menos; é pensar menos em mim mesmo."
Tim Keller, "Ego transformado", p. 38 (Pilgrim)

22
  • "A pessoa verdadeiramente humilde não é aquela que se odeia ou se ama, e sim a que tem a humildade do evangelho. É uma pessoa que se esquece de si mesma e cujo ego é igual aos dedos dos pés. Eles simplesmente exercem a sua função. Não imploram por atenção. Os dedos simplesmente trabalham; o ego simplesmente trabalha. Nem o ego, nem os dedos chamam atenção para si."
Tim Keller, "Ego transformado", p. 38 (Pilgrim)

23
  • "A justificação é a doutrina que mostra Deus não nos deu a recompensa merecida"
Tim Keller, "Justiça generosa", p. 109

24
  • “Qualquer sistema judicial ou governo em que as decisões ou os resultados sejam determinados pela quantidade de dinheiro que os partidos têm, cheira mal perante Deus.”
Timothy Keller. “Racismo e justiça à luz da Bíblia”, p. 84

25
  • “Os cristãos acreditam que podemos lutar pela justiça sabendo que, no final, Deus endireitará todas as coisas, mas, até lá, não podemos esperar que iremos reparar totalmente o mundo.”
Timothy Keller. “Racismo e justiça à luz da Bíblia”, 125

26
  • “A justiça bíblica é caracterizada por generosidade radical, igualdade universal, defesa de direitos para a mudança de vida e responsabilidade assimétrica.”
Timothy Keller. “Racismo e justiça à luz da Bíblia”, p. 148

27
  • “A lei mosaica não exige igualização abstrata da riqueza ou eliminação total da classe social. ”
Timothy Keller. “Racismo e justiça à luz da Bíblia”, p. 151

28
  • “Tanto o socialismo quanto o libertarianismo mantêm a obrigação de compartilhar com os necessitados no nível “horizontal”. Na ideologia de esquerda, o dinheiro pertence ao Estado e a distribuição aos necessitados é involuntária. Na ideologia de direita, o dinheiro pertence somente a si e qualquer doação é voluntária e opcional. O ensino bíblico, por sua vez, faz do nível “vertical” (o relacionamento com Deus) a dimensão primária. O seu dinheiro pertence a si e ninguém deve confiscá-lo. No entanto, tem obrigações morais para com Deus e o seu próximo de usar o seu dinheiro de forma altruísta e com grande generosidade para amar outras pessoas por meio dele, de acordo com a sua capacidade e as necessidades das pessoas”
Timothy Keller. “Racismo e justiça à luz da Bíblia”, p. 153-154

29
  • "A justiça bíblica exige que todas as pessoas sejam tratadas de acordo com os mesmos padrões e com o mesmo respeito, independentemente de classe, raça, etnia, nacionalidade, género ou de qualquer outra categoria social."
Timothy Keller. “Racismo e justiça à luz da Bíblia”, p. 154-155

30
  • “Jesus definiu que o “amor ao meu próximo” é prestar ajuda prática, financeira e médica a alguém de religião e raça distintas. Praticar justiça e amar o próximo significa tratar as pessoas de todas as raças, religiões e classes sociais como iguais em dignidade e valor.”
Timothy Keller. “Racismo e justiça à luz da Bíblia”, p. 157-158

31
  • "Se não acreditarmos que existe um Deus que no final vai reparar tudo, haveremos de desembainhar a espada e seremos sugados pelo redemoinho da retaliação."
Tim Keller, "A fé na era do ceticismo", p. 103

32
  • "Ser “nascidos de Deus” significa não ter mais nome nem identidade baseados na “descendência natural”, na condição social ou na linhagem familiar da cultura tradicional, nem numa “decisão humana”, a realização e o desempenho da meritocracia moderna. Antes, significa ter os “direitos” e privilégios de ser filho de Deus. É uma nova percepção de identidade e de valor com base no amor paterno de Deus e na sua identificação connosco, tudo isso obtido pela obra de Cristo, e não nossa. É nessa realidade que ingressamos quando nascemos de novo. (...) Nascer de novo não significa tornar-se apenas uma pessoa aprimorada, mas, sim, tornar-se uma nova pessoa. Paulo diz que “se alguém está em Cristo, é uma nova criação” (2Co 5.17). Não quer dizer que literalmente tudo em nós muda quando nascemos de novo. Antes, algo radicalmente novo entra no nosso ser e tudo o que havia dentro de nós muda de lugar e é, por assim dizer, reconfigurado. (...) A “novidade” do novo nascimento não consiste, portanto, na eliminação de todos os diversos elementos da sua vida: o seu sexo, a sua nacionalidade, a sua classe social e afins. Agora, porém, nenhum desses elementos é o principal factor que define a sua identidade. Não são mais o seu significado e a sua segurança fundamentais, e não é com base neles que se valoriza e se define."
Tim Keller, "Nascimento, casamento e morte"

33
  • "As orações de Paulo pelos amigos não continham um pedido para transformar as circunstâncias. (...) Isso significa que seria errado orar por tais coisas? Claro que não. Paulo pedia para que as pessoas conheçam melhor a Deus (Ef. 1:18)."
Tim Keller, "Oração", p. 30

34
  • "O teste infalível da integridade espiritual, diz Jesus (Mat. 6:5,6), é a sua vida de oração privada".
Tim Keller, "Oração", p. 33

35
  • "Deixar de orar não é simplesmente violar uma regra religiosa; é deixar de tratar Deus como Deus."
Tim Keller, "Oração", p. 34

36
  • "Orar é dar continuidade a uma conversa com Deus que se iniciou por meio da Sua palavra e graça, e que com o tempo vai se transformando num completo encontro com Ele."
Tim Keller, "Oração", p. 58

37
  • "Quando a vida segue tranquila e os tesouros mais verdadeiros do nosso coração parecem seguros, não pensamos em orar. (...) Só oramos quando as circunstâncias nos obrigam. Por quê? Sabemos que Deus está lá, mas temos a tendência de vê-lo como um meio através do qual conseguimos coisas para nos fazer felizes. Para a maioria de nós, Deus não se tornou a nossa felicidade. Por isso, oramos por conseguir coisas, não para conhecê-lo melhor".
Tim Keller, "Oração", p. 89

38
  • "Não se pode viver sem estudar a Bíblia. É nela que aprendemos a conhecer-nos; ela é o instrumento que Deus usa para nos avivar espiritualmente."
Tim Keller, "Juízes para você", p. 75

39
  • "Se o sucesso no ministério for mais importante para a sua auto-imagem do que a opinião de Deus a seu respeito, o ministério tornou-se, na prática, o seu ídolo."
Tim Keller, "As escrituras dão testemunho de mim", p. 47

40
  • “A doutrina do pecado significa que nós, cristãos, não somos tão sábios quanto a nossa cosmovisão correcta deveria nos tornar; a doutrina da graça comum significa que os descrentes não são tão insensatos quanto a sua cosmovisão errada deveria torná-los. Mas devemos ouvir com discernimento, sendo cuidadosos para não adotar a cosmovisão deles (Rm 12.1-2).”
Timothy Keller. “Racismo e justiça à luz da Bíblia”, 193

41
  • "(...) Todos os problemas humanos são sintomas e a nossa separação é a causa. O motivo de toda a infelicidade - todos os efeitos da maldição - é que não estamos reconciliados com Deus."
Tim Keller, "Igreja centrada", p. 36

42
  • "O verdadeiro perdão sempre envolve sofrimento"
Tim Keller, "A cruz do Rei", p. 125

43
  • "Se tivermos a consciência de que o perdão sempre envolve sofrimento para aquele que perdoa e que a única esperança de corrigir o mal feito vem da atitude de pagar o custo do sofrimento, então não nos deveria espantar quando Deus diz: 'O único modo que posso perdoar os pecados da raça humana é com o sofrimento: ou pagarão a pena pelo pecado ou eu pagarei''."
Tim Keller, "A cruz do Rei", p. 126

44
  • “No discurso público atual, é comum os cristãos dizerem que um cristão “verdadeiro” deve votar em determinada pessoa ou não deve votar em determinada pessoa. Historicamente, isso é chamado de “imposição à consciência”.”
Timothy Keller. “Racismo e justiça à luz da Bíblia”, p. 204

45
  • “As igrejas e os outros cristãos não devem exigir obediência em assuntos nos quais a Bíblia deixou a consciência livre. Pessoalmente, conheço muitos cristãos que são democratas ou republicanos por causa da consciência. E eles são livres para chegar a essa posição. No entanto, eles não deveriam violar a liberdade de outros cristãos tentando obrigar suas consciências às mesmas conclusões que eles.”
Timothy Keller. “Racismo e justiça à luz da Bíblia”, p. 205-206

46
  • "Os cristãos são vistos como soldados de infantaria altamente partidários de movimentos políticos. Isso gera divisão dentro da igreja e descrédito para o mundo. Muitos cristãos rejeitam e atacam publicamente outros crentes que compartilham as mesmas crenças em Cristo, mas que estão a votar nos candidatos “errados”. Eles parecem sentir um vínculo mais comum com pessoas que possuem as mesmas visões políticas do que com pessoas que possuem a mesma fé. Quando a igreja como um todo não é mais vista tratando de questões que transcendem a política, e quando ela não está mais unida por uma fé comum que transcende a política, o mundo, então, passa a notar fortes evidências de que Nietzsche, Freud e Marx estavam certos, ou seja, de que a religião é realmente apenas um disfarce para as pessoas conseguirem o que querem. Paulo insiste que os cristãos não devem permitir que diferenças legais ou políticas substituam a sua unidade em Cristo (1Co 6.6-7)."
Timothy Keller. “Racismo e justiça à luz da Bíblia”, p. 201-202

47
  • "Se quiser pregar ao coração, terá de pregar de coração. É preciso que fique claro que o seu próprio coração foi alcançado pela verdade do texto."
Tim Keller, "Pregação", p. 204

48
  • "Se tentar demonstrar afeições quando prega, está apenas a actuar. É preciso que simplesmente seja uma pessoa com afeições quando prega. O seu coração precisa estar enternecido diante de Deus e diante das pessoas".
Tim Keller, "Pregação", p. 205

49
  • "A contextualização saudável mostra às pessoas que os enredos das suas histórias só podem ter um final feliz em Cristo."
Tim Keller, "Igreja centrada", p. 108

50
  • "Temos de evitar perder ouvintes porque nós, e não o evangelho, somos culturalmente ofensivos. Vista dessa maneira, a contextualização saudável é uma expressão de humildade. (...) O nosso ensino e a mensagem não devem eliminar a ofensa, o skandalon da cruz (I Cor. 1:23). Não podemos suavizar ou descartar o que a Bíblia ensina com clareza absoluta. Se fizermos isso, não nos adaptamos à cultura; rendemo-nos a ela."
Tim Keller, "Igreja centrada", p. 133

51
  • “Quando Jesus envia seus discípulos, ele os envia a “todas as nações”, sem exceção ou favoritismo (Mt 28.18-20).”
Timothy Keller. “Racismo e justiça à luz da Bíblia”, p. 15-16

52
  • “Jesus resumiu todas as leis de Deus em dois “grandes mandamentos” (Mt 22.36-40). A segunda lei é amar o próximo como amamos a nós mesmos. Quando pedem que Jesus defina o amor ao próximo, ele retrata uma pessoa que, com grande risco e sacrifício, atende às necessidades físicas e materiais de um homem que possui raça e religião diferentes daquele que está a lhe ajudar (Lc 10.25-37). “Vá e faça o mesmo”, Jesus diz-nos que devemos tratar as pessoas de outras raças, nacionalidades, classes e grupos com o mesmo cuidado, respeito e amor que daríamos a nós mesmos ou aos membros de nossas próprias comunidades.”
Timothy Keller. “Racismo e justiça à luz da Bíblia”, p. 34

53
  • “Uma das marcas do novo mundo futuro será o fim de todas as lutas raciais, étnicas e nacionais, e o fim da alienação e da violência.”
Timothy Keller. “Racismo e justiça à luz da Bíblia”, p. 40

54
  • “Quando Paulo repreendeu Pedro por não viver de acordo com o evangelho, ele não o envergonhou e pressionou a sua vontade para que obedecesse. Ele lembrou-o que o seu racismo era uma falha em compreender as boas novas da salvação de Deus. Esse é o caminho da humildade e da esperança que pode mudar as pessoas.”
Timothy Keller. “Racismo e justiça à luz da Bíblia”, p. 48

55
  • “Considerar as raças inteiras como mais pecaminosas e más do que outras conduz a eventos como o Holocausto."
Timothy Keller. “Racismo e justiça à luz da Bíblia”, p. 118-119

56
  • "Se gastássemos o mesmo tempo que gastamos tentando manter a nossa amizade com o mundo buscando unidade e ignorando as afrontas dentro das Igrejas, as nossas comunidades não sofreriam tantas divisões e seriam bem mais amorosas."
Tim Keller, "Juízes para você", p. 128

57
  • "Como perceber se há crescimento: "Haverá amor crescente por pessoas difíceis de amar, disposição de envolver-se com o bem geral da comunidade ao amar o próximo e especialmente desejo de se identificar publicamente como cristão e compartilhar a fé na esperança de que outros comam do mesmo alimento que nos sustenta. Um sinal especialmente claro de crescimento na graça é a capacidade de suportar maus-tratos dos outros ao perdoá-los de coração e desejar o bem deles, ao mesmo tempo que buscamos com destemor, mas com humildade, justiça e reparação."
Tim Keller, "Nascimento, casamento e morte"

58
  • "Se no centro da sua cosmovisão estiver um homem que morreu pelos seus inimigos, então, a sua maneira de conquistar a influência na sociedade será através do serviço e não de poder e controlo."
Tim Keller, "A cruz do Rei", p. 176

59
  • "Se não crê no evangelho da graça, se crê que será salvo pelas suas obras, então nunca fez nada por amor aos outros ou pela pura beleza disso; só fez o que fez por pensar em si mesmo"
Tim Keller, "A cruz do Rei", p. 178

60
  • "Ofereçam sexo um ao outro com frequência. Pode parecer óbvio para os recém-casados! No entanto, a energia sexual é como todas as outras formas de energia e, quando estamos cansados, é fácil nos esquecermos do sexo ou adiá-lo para “um momento melhor”. Falta de toque íntimo pode causar distanciamento entre os cônjuges. Usamos o verbo “oferecer” intencionalmente. Todos nós acreditamos no mito de que paixão intensa toma conta dos dois ao mesmo tempo; na verdade, porém, uma pessoa geralmente tem mais interesse em sexo do que a outra. Nessas ocasiões, a pessoa menos interessada pode oferecer sexo como uma dádiva. Paulo, solteiro, transforma essa ideia numa ordem bíblica contra-cultural: 'O marido deve cumprir seus deveres conjugais para com sua esposa, e da mesma forma a esposa para com seu marido. A esposa não tem autoridade sobre o próprio corpo, mas, sim, o marido. Da mesma forma, o marido não tem autoridade sobre o próprio corpo, mas, sim, a esposa. Não se privem um do outro, exceto, talvez por mútuo consentimento e durante certo tempo, para se dedicarem à oração. Depois, unam-se de novo, para que Satanás não os tente por não terem domínio próprio' (1Co 7.3-5). Num mundo em que todos os privilégios sexuais eram dos homens, Paulo afirma que os maridos e as esposas têm direitos iguais sobre o corpo um do outro, e que não é bom “privar-se” um do outro a menos que seja por mútuo consentimento e por um período curto."
Tim Keller, "Nascimento, casamento e morte"

61
  • "O principal problema na vida de  uma pessoa nunca é o seu sofrimento, mas sim o seu pecado"
Tim Keller, "A cruz do Rei", p. 47

62
  • "(...) Geralmente, vemos os nossos problemas como evidência do abandono de Deus, em vez de perguntar de que maneira Deus está a trabalhar neles e por meio deles para o nosso bem como promete fazer."
Tim Keller, "Juízes para você", p. 78

63
  • "(...) Nós não precisamos de alguém que possa realizar os nossos desejos. Precisamos de alguém que possa ir mais a fundo do que isso. Alguém que possas usar as suas garras, com cuidado e amor para rasgar em pedaços o nosso egocentrismo e arrancar de nós o pecado que escraviza e distorce até mesmo os nossos mais belos sonhos"
Tim Keller, "A cruz do Rei", p. 54

64
  • "(...) Olhar para o trabalho principalmente como meio de satisfação e realização individual destrói lentamente a pessoa."
Tim Keller, "Como integrar fé e trabalho", p. 20

65
  • "Os nossos corações confusos almejam reconhecimento e aprovação, também é tentador lançar-se na direcção oposta - concentrar tudo na carreira profissional e praticamente esquecer-se do restante".
Tim Keller, "Como integrar fé e trabalho", p. 44

66
  • "Trabalhos de qualquer natureza, não importa se feitos com as mãos ou com a mente, evidenciam a nossa dignidade de seres humanos pois reflectem em nós a imagem de Deus o criador."
Tim Keller, "Como integrar fé e trabalho", p. 48

67
  • "O trabalho é digno porque é algo que Deus faz e porque nós o fazemos no lugar de Deus como seus representantes. Aprendemos que o trabalho não somente tem dignidade em si mas também que todos os tipos de trabalho são dignos.
Tim Keller, "Como integrar fé e trabalho", p. 49

68
  • "Não devemos escolher empregos e conduzir o nosso trabalho visando obter satisfação pessoal e poder porque ser chamado por Deus para realizar alguma coisa já é algo suficientemente poderoso. Temos de trabalhar como um meio de servir a Deus e ao semelhante e, então escolher e conduzir o nosso trabalho de acordo com esse propósito."
Tim Keller, "Como integrar fé e trabalho", p. 66

69
  • "O Evangelho liberta-nos da pressão inexorável de provar que somos bons e de firmar a nossa identidade por intermédio do trabalho pois já estamos aprovados e seguros. O evangelho também nos liberta da atitude de menosprezar empregos menos sofisticados e ambicionar empregos mais enaltecidos. Todo e qualquer trabalho transforma-se num modo de amar o Deus que nos salvou gratuitamente e, por extensão, se torna num modo de amar o próximo".
Tim Keller, "Como integrar fé e trabalho", p. 71

70
  • "Uma da principais maneiras de amar os outros com o seu trabalho é por intermédio do 'ministério da competência'."
Tim Keller, "Como integrar fé e trabalho", p. 74

71
  • "O nosso relacionamento com Deus é o alicerce mais importante da vida e, na verdade, impede que todos os outros fatores - trabalho, vida, amizades, família, lazer e diversão - tornem-se tão importantes a ponto de se transformarem em vício e distorção."
Tim Keller, "A cruz do Rei", p. 42

72
  • "Jesus permite que aconteçam coisas que não compreendemos. Ele não faz as coisas de acordo com os meus planos ou de um modo que faça sentido para mim. Contudo, se Jesus é Deus, ele deve ser grande o bastante para ter motivos para deixar que passe por coisas que não consegue compreender."
Tim Keller, "A cruz do Rei", p. 75



Bónus
  • “Eu não me importo com o que tu pensas. Eu nem quero saber com o que eu penso. Eu só quero saber o que Senhor pensa”
Tim Keller in “The freedon of Self-forgetfulness"

Se quiserem as frases para publicar, aqui está o link:
https://www.dropbox.com/t/JglTja5g1jBdAtB8




domingo, 13 de novembro de 2022

Falso Evangelho= JESUS + POLÍTICA

 “Um cristão não pode votar no partido X”;  

“Dou graças a Deus que não sou como aquela pessoa que se diz cristã e vota em Y”.

Se for realmente assim, o que votar no partido ou no político "certo", será salvo.
Quando o falso Evangelho é “Jesus + política”, os discursos passarão a ser carregados de ódio para com quem pensa diferente. E o Evangelho pouco a pouco passa para segundo plano das Igrejas.
Fazem da política ou dos políticos a maneira pela qual conseguirão mudar o mundo.
Quero dizer-vos uma coisa: se não for o Evangelho a mudar o coração das pessoas, podem vir as melhores leis do mundo, devemos lutar para que isso aconteça, que o ser humano continuará a ser pervertido até porque ele é pervertido por natureza. É por isso que no Brasil, USA, em Portugal e outros mais, as Igrejas/as famílias/os relacionamentos estão quebrados ao viverem em guerra uns com os outros.
Eu só confio em Jesus para mudar os corações das pessoas. Eu não vejo nada mais na Bíblia para além desta verdade até porque “Jesus é o caminho, a verdade e a vida e ninguém vai ao Pai, se não for por Ele”.
Obviamente que não anulo a responsabilidade humana pois a nossa fé deve ser vista em tudo o que fazemos e não foi em vão que foram pessoas cristãs as responsáveis pela abolição da escravatura.
Jesus mais qualquer outra coisa é sempre uma mensagem contrária ao Evangelho. Não é em vão que a mensagem do Evangelho nos diz: Não há nada em nós que nos faça ser aceites por Deus. Somos incapazes, inclusive, de fazer alguma coisa para merecermos a salvação. Por isso, precisamos de um Salvador que nos venha buscar independentemente do que fizemos no passado. Resta-nos reconhecer que somos pecadores e acreditarmos que Jesus foi à Cruz no nosso lugar. E ao sermos salvos, vamos desejar viver como Jesus viveu não nos importando os custos que isso possa ter. A obediência à Sua Palavra é a forma de mostrarmos o quanto estamos gratos por aquilo que Ele fez.
Estás a investir o teu tempo a pregar o Evangelho ou estás a perder o teu tempo a tentar mudar comportamentos?
Lembra-te: os comportamentos só serão mudados, se o coração for transformado pelo Evangelho.
É por isso que não me quero perder em guerras por aí e nem ser conhecido por outra coisa que não seja: “O Jónatas? O Jónatas só fala do Evangelho”.

quinta-feira, 22 de julho de 2021

A importância da presença na adolescência

           Durante um ano inteiro fui guarda redes suplente do Tondela (iniciados). É aquele lugar que não interessa a ninguém e que é ocupado pelo jogador mais fraco. 

No entanto, sempre tive o meu pai presente a ver os jogos todos mesmo sabendo que nunca ia jogar (entrei apenas uma vez para o meio-campo).

Isso foi muito importante para mim, numa altura em que era rejeitado por muitos colegas na escola, pois tinha alguém interessado nas minhas coisas mesmo sendo para ver-me no banco dos suplentes. A presença tem um valor inestimável.

Além disso, o meu pai foi um exemplo na sua relação com Deus e no cuidado com as pessoas. Isto ajudou-me imenso quando comecei a pastorear sozinho com 24 anos. 

Embora as suas palavras não surtissem efeito na minha adolescência, a sua presença e o seu exemplo foram meios pelos quais Deus usou para eu conseguir andar num caminho muito tortuoso que percorri até chegar aqui.

Sou agradecido pela vida do meu pai e oro para ser essa referência na vida dos meus filhos!

quarta-feira, 30 de junho de 2021

Aprendendo a lidar com doença rara e dores!

 Receber uma notícia sobre a nossa saúde não é fácil quando a mesma pode ter consequências hereditárias.

Viver diariamente lutando com as nossas fraquezas pode ser particularmente duro principalmente quando se lida com “doenças silenciosas”.

Uns momentos podemos estar bem e no dia a seguir passamos por uma fase complicada.

Como explicar a quem nunca viveu? Não sei. Eu não entendi me muitos momentos. Fui injusto.

Por outro lado, o que nos deve animar não é que há casos mais difíceis que os nossos. O que nos deve fazer alegrar é que Deus vai fortalecendo diariamente para cumprirmos o propósito para o qual fomos chamados ainda que possa ser doloroso.

Estou a aprender a viver com um “espinho na carne” o qual me tem atormentado. No entanto, quero viver a realidade que a “Graça de Deus me basta”. 

Tenho a teologia toda embora por vezes seja difícil chegar ao coração. 

É uma bênção saber que tenho muitas pessoas a orarem por mim e peço, principalmente, para que Deus me use para falar da Esperança que há em Cristo a todos os que sofrem.

 

𝐓𝐞𝐱𝐭𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐦𝐞 𝐭𝐞𝐦 𝐝𝐚𝐝𝐨 𝐟𝐨𝐫ç𝐚

«E para que eu não ficasse vaidoso (…), foi colocado no meu corpo um espinho, um enviado de Satanás que me atormenta continuamente. Isso impede que eu me envaideça. 

Por três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim. Mas ele respondeu-me: «Basta que tenhas a minha graça. Pois a minha força manifesta-se melhor nas fraquezas.» 

Por isso, acho muito melhor orgulhar-me das minhas fraquezas, para que a força de Cristo desça sobre mim. 

Alegro-me, portanto, com as fraquezas (…). Pois quando me sinto fraco, então é que sou forte.»

2 Cor. 12:7-10

sexta-feira, 19 de março de 2021

Dia dos pais

Os nossos filhos são o nosso primeiro campo missionário e por isso precisam das nossas orações. Além disso, os filhos não nos são dados por Deus para os exibirmos, cumprirmos uma pressão cultural existente, dar significado ao casamento ou muito menos para resolvermos os problemas do nosso matrimónio. Os filhos são dados por Deus para que possamos, na medida que nos for possível, fazer discípulos do Senhor Jesus.

Não devemos esquecer que "temos de cumprir a nossa responsabilidade de pais da melhor maneira que pudermos, mas, no fim do dia, eles pertencem ao Senhor"(1).

Por isso, "a missão de criar filhos é o que existe de mais valioso na sua vida e isso demonstra-se todos os dias nas suas escolhas, palavras e ações"(2).

O que fazer se não se sente apto para esta missão? "Nenhum filho ou filha deseja ser criado por pais que se consideram aptos para a tarefa. Pais "capazes" tendem a ser orgulhosos e seguros de si. Por sentirem orgulho da sua capacidade, agem com precipitação e excesso de autoconfiança e, ao fazê-lo, demonstram carecer de paciência e compreensão. Pais “capazes” tendem a presumir que seus filhos também são capazes, e assim, não demonstram sensibilidade quando a fraqueza de seus filhos é exposta. Pais “capazes”, que se orgulham de cumprir a lei, estão inclinados a oferecer a seus filhos mais lei do que graça e são mais rápidos em julgar do que em compreender. Pais “capazes” costumam desejar que seus filhos sejam seus troféus, uma demonstração pública de sua capacidade. É difícil viver com pessoas que negam sua fraqueza, pois quem nega sua fraqueza não costuma ser paciente, amoroso e compreensivo com os que são fracos" (3).

Precisamos chegar ao pé de Deus e pedir ajuda em vez de fazer ameaças numa tentativa desesperada: - Por que usamos ameaças? Porque elas têm eficácia temporária. Pense bem: é adulto e os seus filhos têm metade do seu tamanho, por isso a sua presença é ameaçadora. Os seus olhos arregalados, o seu rosto vermelho, o dedo em riste e a voz potente são ameaçadoras. Com as suas reações, pode fazer com que o seu filho ou a sua filha tenha medo de irritá-lo. Contudo, preciso fazer uma distinção aqui. Ter um filho com experiência suficiente do que acontece quando se zanga e, por essa razão, tem receio de irritá-lo é bem diferente de ter um filho que se sente motivado por um desejo interior de fazer o que é certo e está ciente de que precisa da ajuda de Deus para fazê-lo" (4). 

Até porque "chegará um momento na vida de todos os filhos em que eles não se sentem mais ameaçados pelos seus pais. Se depende de ameaças para controlar os seus filhos, esse momento a que me refiro é, ao mesmo tempo, assustador e deprimente, pois a ferramenta que usou durante anos subitamente não funciona mais. (...) A ameaça sem a graça é uma ferramenta de controle externo que não conseguirá transformar a essência de seu filho ou da sua filha da forma como deveria" (5).

Olhemos, pois, para cada desafio uma oportunidade de mudança pois "a tarefa de criar filhos é uma missão de resgate, dia após dia, momento após momento. Significa que, como pais, precisamos lembrar diariamente de que somos chamados para resgatar os nossos filhos muitas e muitas vezes e que esses momentos não nos devem aborrecer quando esse resgate é necessário" (6).

Nada melhor do que começar esta missão com a confissão: "Quando os pais aprendem a confessar abertamente o seu pecado diante dos filhos, estão a transmitir a mensagem de que não se acham perfeitos e de que também têm as suas próprias lutas com o pecado, assim como eles. Isso vai dar esperança aos seus filhos, na medida que lhes mostrará que não há nada tão errado com eles que não esteja errado convosco também. Eles verão que, embora os pais pequem, são amados por Deus, o que os incentivará a participar dessa verdade" (7).

Lembre-se: os filhos vêm mostrar que afinal somos especialistas na arte de educar os filhos dos outros e que, por isso, precisamos clamar auxílio para as nossas vidas para podermos ajudar os nossos filhos a crescer pois "criar filhos resume-se nesta frase: pessoas inacabadas (nós, os pais) sendo usadas por Deus como agentes de transformação na vida de pessoas inacabadas. É verdade que, assim como aconteceu consigo, os seus filhos deixarão a sua casa ainda inacabados" (8).

 





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(1) Michael Horton, "Bom demais para ser verdade", p. 187

(2) Paul Tripp, "Desafio aos pais", p. 22

(3) Paul Tripp, "Desafio aos pais", p. 31

(4) Paul Tripp, "Desafio aos pais", p. 53

(5) Paul Tripp, "Desafio aos pais", p. 53-54

(6) Paul Tripp, "Desafio aos pais", p. 84

(7) Elyse Fitspatrick e Dennis Johnson, "Aconselhamento a partir da cruz"

(8) Paul Tripp, "Desafio aos pais", p. 74


quarta-feira, 17 de março de 2021

Esperar?

Quando estamos a passar por uma provação, normalmente não temos respostas da parte de Deus. Temos, sim, perguntas para fazer-nos pensar e orar. E devemos orar não para mostrar a Deus as nossas necessidades, como se Ele não soubesse, mas para submetermos a nossa vontade àquilo que Deus tem para as nossas vidas.

Há momentos de espera e de dor que se prolongam para o bem da nossa fé.
Apesar de podermos ser derrubados, nós já não podemos ser derrotados. Em Cristo somos mais do que vencedores.

Lembra-te: pode haver dor na nossa caminhada, mas haverá tranquilidade na nossa chegada!




terça-feira, 16 de março de 2021

Vives como condenado ou libertado?

Ao termos a nossa identidade bem definida em Cristo, somos filhos de Deus, não iremos temer as opiniões ou críticas que ouviremos como também não recearemos dizer alguma coisa a alguém com medo da sua reação/rejeição. 

O que fazer quando nos deparamos com a crítica?


Não ter medo 

Muitas vezes o nosso corpo e a nossa mente traem-nos ao gerar ansiedade indevida quando somos alvos de uma crítica perante algo que fizemos. Receamos ser rejeitados. Temos pavor que o nosso nome possa ficar manchado e não sermos reconhecidos.

Por isso, tememos ser confrontados com a opinião alheia porque "o temor da crítica torna-se uma ameaça maior do que a própria crítica em si"[1].

Nestes momentos, devemos lembrar-nos que os julgamentos das nossas ações já aconteceram e Cristo assumiu todas as nossas culpas. Está na hora de sermos livres, ao não passarmos mais no tribunal da opinião das pessoas, para vivermos como salvos e não mais como condenados à espera de libertação.


Avaliar a pertinência

Quando percebemos que a nossa vida não depende mais da aprovação ou rejeição das pessoas teremos mais capacidade para avaliarmos as críticas que nos são feitas. 

Como fazer? Joel Beeke ajuda-nos a avaliar estes momentos: "O ambiente físico, o momento e a situação que geraram a crítica podem ajudar-nos a determinar se ela é proveitosa. Como regra geral, não reaja à crítica por, pelo menos, 24 horas dando a si mesmo tempo para orar, filtrar os seus sentimentos, superar a mágoa e a consultar outros cuja sabedoria respeita. O tempo de oração é fundamental. A oração coloca a crítica no contexto apropriado. Traz clareza à mente e vigor à alma; diminui a ansiedade e reacende a paixão por aquilo que é correto e verdadeiro"[2].

Deus usa muitas vezes pessoas com maturidade cristã ou até pessoas mais cruas na forma como falam para corrigir algum ídolo existente na nossa vida. Estes momentos de avaliação são sempre importantes e não devemos desprezá-los pois há sempre alguma coisa a aprender. 

Por outro lado, “as pessoas orgulhosas são defensivas, nervosas, gostam de jogar a culpa nos outros e concentram-se em si mesmas. Acham sempre que o problema não está com elas, mas sim com o mundo".[3]

Não desprezes a crítica que te é feita mesmo podendo ser feita em modos menos corretos.


Aprender a responder

Depois de avaliarmos a crítica que nos é feita, sabendo que isso não deverá interferir com a nossa identidade, devemos então pensar em responder, se for necessário.

Isto é, "se as críticas dizem algo construtivo, absorva-as, confesse a sua falha, seja o primeiro na autocrítica, peça perdão com sinceridade, mude para melhor e continue o seu ministério. Se as críticas não oferecem nada construtivo, seja cortês e educado; e siga em frente. Nunca se torne irado nem auto-defensor, mas ofereça a outra face como Jesus aconselhou. Se a sua consciência é pura, uma explicação simples e clara pode ser proveitosa em certos casos embora o silêncio respeitoso seja frequentemente mais apropriado e eficaz (Marcos 14:61). A qualquer custo esforce para não justificar a si mesmo; os seus amigos não precisam disso, e os seus inimigos provavelmente não acreditarão na sua justificativa. Recuse-se a descer ao nível da crítica negativa; não retribua ao mal com o mal. Lute as batalhas de Deus, não as suas próprias, e descobrirá que Ele lutará as suas batalhas. Não lhe compete retribuir (Rom. 12:19)"[4].



 Viver uma vida normal

Se tivermos a nossa vida alicerçada em quem somos em Cristo, não dependeremos das críticas que nos fazem sendo as mesmas justas ou injustas. "A pessoa que se esquece de si mesma não se sente ferida, não fica mal quando criticada. A crítica não acaba com ela, não lhe tira o sono e não a incomoda. Por quê? Porque a pessoa que se sente arrasada com as críticas valoriza demais o que os outros pensam, valoriza demais a opinião alheia"[5].


Lembra-te: o Evangelho é o único que tem poder para garantir estabilidade na tua vida emocional. Se estiveres à espera que seja a tua autoestima, vais estar sempre à espera de injeções morais em tudo o que fazes e dependerás da validação dos outros para conseguires seguir em frente. 





[1] Joel Beeke, "Vencendo o mundo", p.  163

[2] Joel Beeke, "Vencendo o mundo", p. 154

 

[3] Francis e Lisa Chan, "Você e eu para sempre", p. 71

[4] Joel Beeke, "Vencendo o mundo", p. 156

 

[5] Tim Keller, "Ego transformado", p. 38 (Versão Pilgrim)

terça-feira, 26 de janeiro de 2021

2 Pedro 2:20-22 ensina a perda da salvação?

Kistemaker dá-nos a resposta


20 Se escaparam da corrupção do mundo pelo conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo e estão novamente enredados no mundo e subjugados, encontram-se em pior situação do que estavam no princípio.

Quem é o sujeito desse versículo? Alguns escritores dizem: “Os falsos mestres”. Outros comentaristas afirmam: “Os recém-convertidos que foram desviados”.52 Os argumentos apresentados para defender qualquer uma das duas posições são convincentes. Por exemplo, o uso da conjunção portanto (que não aparece na NIV) como primeira palavra do versículo 20 forma uma ponte com o versículo anterior (v. 19). Tendo em vista que os dois textos formam uma unidade, tratam do mesmo assunto: os falsos mestres. Por outro lado, o verbo escapar aparece nos versículos 18 e 20. O sujeito desse verbo parece ser idêntico em ambos os versículos, mas o argumento a favor do uso de um determinado verbo deve ser contrabalançado com a observação de que ser vencido, que aparece nos versículos 19b e 20, refere-se aos falsos mestres. Por fim, à luz dos versículos anteriores, que têm os apóstatas como principal assunto, muitos comentaristas aplicam os três últimos versículos desse capítulo a esses mestres. Considerando as evidências convincentes que são apresentadas por ambas as partes, estou certo de que, em vista do fluir do capítulo como um todo, o sujeito consiste dos falsos mestres.

a. “Se escaparam da corrupção do mundo”. Apesar de parecer uma fase condicional, essa é a declaração de um fato. Falta o elemento de probabilidade, e a experiência daquilo que aconteceu no passado torna-se evidente. No grego, a forma verbal indica que, em certa ocasião, os falsos mestres deixaram as contaminações do mundo. “Haviam escapado das corrupções do mundo” (NEB; ver também JB). A diferença na forma verbal é evidente (no v. 18): “[Eles] mal haviam começado a escapar” (NEB). Essa variação do uso da forma verbal mostra que Pedro estava pensando nos novos convertidos que se encontravam no processo de romper com sua vida passada. Aqui no versículo 20, porém, está descrevendo os hereges que, em determinada ocasião, abriram mão de seu mundo e suas corrupções. “Restam poucas dúvidas de que os falsos mestres haviam sido cristãos ortodoxos”. No passado, essas pessoas eram membros da igreja e conheceram os ensinamentos da fé cristã.

b. “Pelo conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo”. Em algum momento, os falsos mestres conheceram Jesus Cristo como Senhor e Salvador? A resposta é sim. Quando, por exemplo, Jesus enviou seus discípulos dois a dois, ele mandou Judas e um outro discípulo. “Então, saindo eles, pregavam ao povo que se arrependesse: expeliam muitos demônios e curavam numerosos enfermos, ungindo-os com óleo” (Mc 6.12,13). Judas obviamente conhecia Jesus; ele pregou e realizou milagres em nome de Jesus. Ainda assim, Judas traiu seu Mestre.

Os apóstatas tinham conhecimento de Jesus Cristo, mas esse era desprovido da intimidade que caracteriza o relacionamento do verdadeiro crente com Cristo. Essas pessoas haviam confessado o nome de Cristo como seu Senhor e Salvador, mas com o tempo mostram que seu conhecimento era meramente o saber intelectual (comparar com Mt 13.20,21). Observe também que Pedro não usa os termos e crente nesse contexto. Os mestres nunca depositaram sua fé e confiança em Jesus Cristo. Por faltar-lhes um relacionamento pessoal com Jesus Cristo, eles se desviaram.

c. “Estão novamente enredados no mundo e subjugados”. O grego indica que, na realidade, esses mestres voltaram a entretecer-se na trama da corrupção do mundo. Trata-se de um fato consumado: mesmo tendo deixado o mundo momentaneamente, eles voltaram e se corromperam novamente com seu sórdido pecado. O resultado é que deixaram de ser livres; são escravos do pecado (v. 19). Qualquer resistência à corrupção do mundo está fora de questão, pois foram vencidos pelo pecado e servem-no como escravos.

d. “Encontram-se em pior situação do que estavam no princípio”. Eis aqui a declaração conclusiva no grego, que Pedro toma emprestado quase palavra por palavra dos ensinamentos de Jesus. Tratando da expulsão de demônios, que voltam com mais sete espíritos à pessoa anteriormente possuída, Jesus diz: “O último estado daquele homem torna-se pior do que o primeiro” (Mt 12.45; Lc 11.26; e comparar com Mt 27.64).

Pedro escreve de forma descritiva sobre o destino dos apóstatas. Suas palavras, porém, contêm uma advertência urgente aos crentes para que não sigam o caminho dos hereges, que leva à destruição irrevogável e eterna.


21 Teria sido melhor para eles que não tivessem conhecido o caminho da justiça, do que conhecê-lo e depois darem as costas para o mandamento sagrado que lhes foi transmitido.

a. Dever não cumprido. O que Pedro fala sobre os falsos mestres é o oposto daquilo que era esperado deles. Se sua fé tivesse sido autêntica e seu conhecimento verdadeiro, eles teriam se desenvolvido espiritualmente a fim de ensinar a outros o caminho da salvação. Se fossem verdadeiros mestres cristãos, teriam ensinado a outros o evangelho de Cristo. Porém, recusaram-se a seguir o “caminho da justiça” e negaram Jesus Cristo como Senhor soberano (v. 2; Jd 4). Suas vidas eram o contrário do que deveriam ser.

b. Apostasia. Pedro diz: “Teria sido melhor para eles que não tivessem conhecido o caminho da justiça”. Todavia, apesar de terem sido instruídos na fé cristã, desviaram-se de Deus e de sua Palavra. Por terem deliberadamente se voltado contra Deus, enfrentam julgamento eterno. As Escrituras advertem clara e repetidamente sobre o pecado da apostasia. Eis aqui duas passagens:

Aquele servo, porém, que conheceu a vontade de seu senhor e não se aprontou, nem fez segundo a sua vontade, será punido com muitos açoites… A quem muito foi dado, muito lhe será exigido; e àquele a quem muito se confia, muito mais lhe pedirão [Lc 12.47,48].

Porque, se vivermos deliberadamente em pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados, pelo contrário, certa expectação horrível de juízo e fogo vingador prestes a consumir os adversários (Hb 10.26,27; ver também Hb 6.4–6; Pv 21.16).

Nesse ponto, devemos distinguir entre os pecados intencionais e não-intencionais. A pessoa que peca deliberadamente contra Deus expressa de forma aberta a rebeldia contra Deus que, nos tempos do Antigo Testamento, resultava em pena capital (Nm 15.30). O autor aos Hebreus, ao comentar o destino de um apóstata, diz: “Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (10.31).

c. Comparação. Se não conhecessem o caminho da justiça, os falsos mestres poderiam alegar ignorância. Mas agora não. Eles conhecem o “caminho da justiça” que João Batista já havia revelado ao povo de Israel em preparação para a vinda de Jesus (Mt 21.32). Além do mais, a expressão o Caminho era usada como sinônimo da fé cristã na primeira metade do século 1.

Os falsos mestres não apenas conheceram o Caminho, como também “deram as costas para o mandamento sagrado que lhes foi transmitido”. O que é esse “santo mandamento”? É o mesmo que a mensagem do evangelho de Cristo. Na passagem paralela, Judas chama esse mandamento de “ que uma vez por todas foi entregue aos santos” (v. 3; itálico nosso). Em outras palavras, o mandamento de Pedro e a fé (doutrina cristã) de Judas são a mesma coisa. Pedro escreve que esse mandamento, a saber, o evangelho, foi passado para eles. A expressão lhes foi transmitido é um termo técnico que se refere a receber o evangelho com o propósito de ensiná-lo e, assim, passá-lo adiante para os ouvintes (ver especialmente 1Co 11.2,23; 15.3; Jd 3). Pedro chama esse evangelho de tradição sagrada, o que significa que deve ser mantido intacto, obedecido e ensinado. Os falsos mestres, porém, quebraram a cadeia de receber e transmitir o evangelho de Cristo. Alteraram o seu conteúdo, rejeitaram seus ensinamentos e perverteram sua verdade (comparar com os vs. 1–3). Ao fazê-lo, cometeram o pecado imperdoável, ou seja, o pecado de blasfêmia contra o Espírito Santo (Mt 12.32; 1Jo 5.16).

Conclusão

22 Quanto a eles, os provérbios são verdadeiros: “um cão volta para o seu vômito” e “uma porca lavada volta a chafurdar-se na lama”.

Pedro conclui sua análise descritiva dos falsos profetas com dois provérbios. O primeiro é citado exatamente como aparece no Antigo Testamento. Provérbios 26.11 traz o seguinte texto:

Como o cão que torna ao seu vômito,

assim é o insensato que reitera a sua estultícia.

Os judeus tratavam os cães com desprezo, e não como melhor amigo do homem. De acordo com o Antigo e Novo Testamento, os judeus tratavam os cães como animais impuros. Um cão “vivia dos restos de todo tipo de coisa e, assim, era potencialmente o transmissor de muitas doenças”.58 Como animal que se alimenta de lixo, ele volta ao próprio vômito, cumprindo assim o provérbio. Pedro usa esse provérbio para comparar o hábito natural de um cachorro com os falsos mestres, que voltam a viver em pecado.

O segundo provérbio parece ser um ditado comum no mundo antigo, pois aparece em vários manuscritos. Seus dizeres são bastante óbvios. Um porco procura livrar-se dos insetos que o perturbam e do calor do sol rolando na lama. Apesar de a porca ser lavada, por natureza, ela volta à lama de onde veio. Ela rola na sujeira e grunhe de contentamento. Mais uma vez, a aplicação aos apóstatas é clara e descritiva. Assim como o porco gosta de rolar na imundície, os hereges sentem prazer na libertinagem e imoralidade.

Jesus cita cães e porcos na mesma frase quando diz: “Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis ante os porcos as vossas pérolas” (Mt 7.6). Ele instrui os discípulos a distinguirem entre as pessoas que são receptivas à mensagem do evangelho e aquelas que pisam sobre o que é sagrado. Tais pessoas são como cães e porcos.

Eis uma observação conclusiva: ao vomitar, o cão se alivia das impurezas internas; a porca lavada é limpa da lama externa. De qualquer modo, os dois animais voltam para a mesma sujeira.


 Simon J. Kistemaker, Epístolas de Pedro e Judas, trans. Susana Klassen, 1a edição., Comentário do Novo Testamento (São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã, 2006), 417–419.


 Simon J. Kistemaker, Epístolas de Pedro e Judas, trans. Susana Klassen, 1a edição., Comentário do Novo Testamento (São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã, 2006), 420–423.