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terça-feira, 16 de março de 2021

Vives como condenado ou libertado?

Ao termos a nossa identidade bem definida em Cristo, somos filhos de Deus, não iremos temer as opiniões ou críticas que ouviremos como também não recearemos dizer alguma coisa a alguém com medo da sua reação/rejeição. 

O que fazer quando nos deparamos com a crítica?


Não ter medo 

Muitas vezes o nosso corpo e a nossa mente traem-nos ao gerar ansiedade indevida quando somos alvos de uma crítica perante algo que fizemos. Receamos ser rejeitados. Temos pavor que o nosso nome possa ficar manchado e não sermos reconhecidos.

Por isso, tememos ser confrontados com a opinião alheia porque "o temor da crítica torna-se uma ameaça maior do que a própria crítica em si"[1].

Nestes momentos, devemos lembrar-nos que os julgamentos das nossas ações já aconteceram e Cristo assumiu todas as nossas culpas. Está na hora de sermos livres, ao não passarmos mais no tribunal da opinião das pessoas, para vivermos como salvos e não mais como condenados à espera de libertação.


Avaliar a pertinência

Quando percebemos que a nossa vida não depende mais da aprovação ou rejeição das pessoas teremos mais capacidade para avaliarmos as críticas que nos são feitas. 

Como fazer? Joel Beeke ajuda-nos a avaliar estes momentos: "O ambiente físico, o momento e a situação que geraram a crítica podem ajudar-nos a determinar se ela é proveitosa. Como regra geral, não reaja à crítica por, pelo menos, 24 horas dando a si mesmo tempo para orar, filtrar os seus sentimentos, superar a mágoa e a consultar outros cuja sabedoria respeita. O tempo de oração é fundamental. A oração coloca a crítica no contexto apropriado. Traz clareza à mente e vigor à alma; diminui a ansiedade e reacende a paixão por aquilo que é correto e verdadeiro"[2].

Deus usa muitas vezes pessoas com maturidade cristã ou até pessoas mais cruas na forma como falam para corrigir algum ídolo existente na nossa vida. Estes momentos de avaliação são sempre importantes e não devemos desprezá-los pois há sempre alguma coisa a aprender. 

Por outro lado, “as pessoas orgulhosas são defensivas, nervosas, gostam de jogar a culpa nos outros e concentram-se em si mesmas. Acham sempre que o problema não está com elas, mas sim com o mundo".[3]

Não desprezes a crítica que te é feita mesmo podendo ser feita em modos menos corretos.


Aprender a responder

Depois de avaliarmos a crítica que nos é feita, sabendo que isso não deverá interferir com a nossa identidade, devemos então pensar em responder, se for necessário.

Isto é, "se as críticas dizem algo construtivo, absorva-as, confesse a sua falha, seja o primeiro na autocrítica, peça perdão com sinceridade, mude para melhor e continue o seu ministério. Se as críticas não oferecem nada construtivo, seja cortês e educado; e siga em frente. Nunca se torne irado nem auto-defensor, mas ofereça a outra face como Jesus aconselhou. Se a sua consciência é pura, uma explicação simples e clara pode ser proveitosa em certos casos embora o silêncio respeitoso seja frequentemente mais apropriado e eficaz (Marcos 14:61). A qualquer custo esforce para não justificar a si mesmo; os seus amigos não precisam disso, e os seus inimigos provavelmente não acreditarão na sua justificativa. Recuse-se a descer ao nível da crítica negativa; não retribua ao mal com o mal. Lute as batalhas de Deus, não as suas próprias, e descobrirá que Ele lutará as suas batalhas. Não lhe compete retribuir (Rom. 12:19)"[4].



 Viver uma vida normal

Se tivermos a nossa vida alicerçada em quem somos em Cristo, não dependeremos das críticas que nos fazem sendo as mesmas justas ou injustas. "A pessoa que se esquece de si mesma não se sente ferida, não fica mal quando criticada. A crítica não acaba com ela, não lhe tira o sono e não a incomoda. Por quê? Porque a pessoa que se sente arrasada com as críticas valoriza demais o que os outros pensam, valoriza demais a opinião alheia"[5].


Lembra-te: o Evangelho é o único que tem poder para garantir estabilidade na tua vida emocional. Se estiveres à espera que seja a tua autoestima, vais estar sempre à espera de injeções morais em tudo o que fazes e dependerás da validação dos outros para conseguires seguir em frente. 





[1] Joel Beeke, "Vencendo o mundo", p.  163

[2] Joel Beeke, "Vencendo o mundo", p. 154

 

[3] Francis e Lisa Chan, "Você e eu para sempre", p. 71

[4] Joel Beeke, "Vencendo o mundo", p. 156

 

[5] Tim Keller, "Ego transformado", p. 38 (Versão Pilgrim)

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